Espetáculo teatral que leva para a cena a Deusa Vênus. é abordada neste trabalho distanciada das imagens dominantes da Deusa na iconografia moderna, que definem seu perfil hedonista e passivo, quase bucólico, simbolizadas na Vênus de Botticelli e na Vênus de Milo. Divergindo dessas noções hegemônicas, apresentamos VE[NE]NUS, representação do amor enquanto turbilhão arrebatador de paixões, força ctônica e fluxo da natureza, o que implica num posicionamento claro a respeito da sexualidade e do amor.
O mito de seu nascimento conta com algumas versões. Na versão que motiva nossa aproximação à Vênus, seu nascimento teria sido consequência de uma castração. Ou seja, Vênus teria surgido de um ato de violência, quando Cronos – o deus do tempo – arrancou os órgãos genitais de Urano – divindade da mitologia Grega que personifica o céu - e depois os atirado no mar. Da mistura de espuma, do sêmem e sangue divinos, teria nascido a deusa do amor. Segundo Camille Paglia, "Vênus recém-nascida é uma transubstanciação da virilidade de Urano. Vênus brota de colhões divinos” e acrescenta “as Deusas de nascimento mutante serão vitoriosas sobre os homens". As representações de Vênus através da pintura e da escultura, ao longo da história da arte, também motivam algumas reflexões. Há muitas representações de Vênus que evocam o carácter de hermafroditismo ou dualidade sexual da Deusa, às vezes representada com barba e pênis ereto, como a Vênus Barbata, por exemplo.
Diante dessa avalanche de informações, iniciamos um processo de criação que dura mais de um ano. Entre pesquisa, desenvolvimento da dramaturgia e trilha sonora, muito suor e ensaios, o espetáculo emerge de nossas fantasias para tentar dialogar com você. Propor alguma experiência, de ordem estética, filosófica, musical ou mesmo emocional. Não queremos dar respostas. Apenas apontar perguntas e questionamentos. E de algum modo, nos posicionar diante do tema.
Ficha técnica:
Elenco: Fernando Martins, Luciana Loureiro, Luiz Felipe Ferreira e Joabe Coelho (stand in)
Coro: Amanda Miranda, Carlos Moreira, Felipe Vasques, Isa Schmidt, Rafael Alves e Tatiana Iunes
Direção Musical: Diogo Vanelli
Trilha Sonora Original: Diogo Vanelli, Duka Menezes, Pedro Miranda
Iluminação: Camilo Soudant
Cenografia: Fernando Martins e Luiz Felipe Ferreira
Figurino e Visagismo: Luiz Felipe Ferreira
Consultoria de Cenário e Figurino: Marley Oliveira
Design de Som e Efeitos Sonoros: Gustavo Reinecken
Mediação com escolas: Luciana Loureiro
Fotografia: Humberto Araújo
Design Gráfico: Pedro Ernesto
link para vídeo do espetáculo:
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